Quênia: A caminho do Lewa Wildlife Conservancy

Após conhecermos a capital do Quênia, Nairóbi, rumamos de carro para o primeiro safari, na área de conservação de Lewa, ao norte do Monte Quênia.

No caminho da capital até o campo de Lewa são 260 quilômetros de uma boa estrada, mas de pista simples. Pela estrada, com uma observação mais atenta, podemos ver as condições em que a população vive, o tipo de residência, de trabalho, de relação com o ambiente. Passamos por algumas “Curio Shop”, lojinhas onde o principal é o artesanato e produtos locais, típicas para turista. A paisagem pelo interior do Quênia é bonita, e a cada trecho que passamos nos instigamos a imaginar como será um parque de conservação com sua fauna e flora conservada.

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Para o almoço, paramos no exuberante Fairmont Mount Kenya Safari Club, que como o próprio nome indica, fica próximo ao Monte Quênia e conta com mais de 40 hectares de área, que inclui campo de golfe, passeios a cavalo, piscina e diversas outras atividades.

(foto: Correr pelo Mundo)

O Fairmont fica exatamente na linha do Equador; a construção da área de recepção tem um leve toque de estilo árabe, e completando a paisagem entre os três prédios que formam este conjunto arquitetônico, um pavão fica desfilando entre as cadeiras e pessoas que ali estão.

O restaurante é de cozinha internacional, mas sempre conta com alguns pratos típicos e se destaca pela qualidade e pela bela paisagem do hotel que desfrutamos no almoço.

(foto: Correr pelo Mundo)

Parada para repor energia feita, nos direcionamos para Lewa, pela mesma estrada estreita de antes, com seu acostamento de chão batido e construções em sua maioria em madeira.

Também na beira da estrada vemos algumas bancas que vendem frutas e outras especiarias. As motos são comuns e a utilização do capacete não é nada usual pela amostra que tivemos.

O transporte coletivo é efetuado por uma espécie de micro ônibus, um pouco menor do que estamos acostumados a ver nas ruas das principais cidades brasileiras.

A chegada no Lewa Wildlife Conservancy é algo diferente de qualquer outra hospedagem fora de uma região de safári. Do portão de entrada até a recepção do lodge que ficamos hospedados, foi possível ter uma breve noção, pela primeira vez, da imensidão e significado do que é estar nessa região do planeta. A vegetação na região de Lewa é de savana, mas com uma considerável quantidade de arbustos – que em inglês são chamados de bushes – e avistamos, logo ao entrar no ambiente de conservação, algumas girafas a poucos metros de distância.

A estrada até a recepção é de chão batido e estreito a ponto de quando vem algum jipe em sentido contrário, um dos dois deve “encostar” para que o outro consiga passar. Na estrutura da recepção do lodge, alguns babuínos tímidos nos esperam, mas fogem ao menor sinal das máquinas fotográficas.

Além de toda emoção de estar no ambiente natural dos “Big Five” – os cinco mamíferos de grande porte mais difíceis de serem observados pelo homem, que são: leão, elefante, búfalo, leopardo e rinoceronte, para nós, corredores, estar em Lewa é especial: o lugar recebe uma das poucas provas do mundo dentro de uma área de conservação, onde estão os Big Five: a Safaricom Marathon (leia mais sobre a prova aqui no site).

Não é difícil, pelo caminho que passamos, imaginar um jovem Rudisha correndo pela savana, sem calçados, desviando de algum buraco, olhando ao redor para ver se naquele trecho havia algum animal perigoso (será por isso a velocidade dos quenianos? 😉 Para os aficionados de corrida, além de todos aspecto natural, da história deste lugar, há algo de místico, de especial.

Da recepção até nossa hospedagem tivemos que fazer uma breve parada na estrada, já que um grupo de babuínos estava malandramente parada na estrada. Esperamos um pouco, com certa distância, até que eles notaram nossa presença e num ritmo de bocejo começaram a abrir caminho para podermos passar. Excelentes anfitriões!

(foto: Correr pelo Mundo)

Mais uns metros e, caminhando em direção contrária ao nosso jipe, um funcionário do parque acompanhava três filhotes de rinocerontes, que andavam com calma e uma fluidez inesperada para aquele animal. Paramos o veículo e esperamos os rinocerontezinhos passarem, languidamente, a menos de um metro de onde estávamos. Também vieram nos dar as boas vindas as zebras Grevy (ou Zebras Imperiais), que se diferenciam das zebras comuns pelas listras mais finas, orelhas grandes e barriga branca. Esse tipo de zebra só é encontrado no Quênia e na Etiópia.

O filhote de rinoceronte e seu tratador (foto: Correr pelo Mundo)

A zebra imperial (foto: Correr pelo Mundo)

Mas uma das maiores surpresas daquele breve e rico momento de nossa chegada em Lewa ainda estava por chegar: quase chegando avistamos um guepardo solitário no meio do campo ao lado da estrada em que estávamos! A imponência de sua postura é ainda mais impressionante estando a poucos metros de distância. O êxtase é tanto que não pensamos se havia perigo estando perto deste que este é o animal mais rápido da floresta, atingindo até 120km/h (sim, levaria multa em qualquer estrada brasileira!) e com dentes afiadíssimos.

(foto: Correr pelo Mundo)

Com o sol se pondo, ainda não tínhamos chegado ao nosso alojamento, então decidimos seguir caminho. Ainda pela rota encontramos impalas e o segundo dos Big Five: um rinoceronte, no alto de uma pequena colina, comendo e em posição estratégica para também ficar a espreita de qualquer possível caça ou predadores.

(foto: Correr pelo Mundo)